Boa noite, se eu não durmo Pois a poesia não me deixa dormir. Ela está bem aqui, lá, no ar, acolá, em todo lugar querendo dizer querendo falar Fecho os olhos, não consigo sou compelido a abri-los. Minhas pálpebras pesadas já não carregam O peso que trago comigo. É denúncia, é verdade É tristeza, é saudade São ecos passados, desejos futuros Mas é sempre alegria Empunhar a caneta E extravasar poesia... Já está claro e mesmo assim Finalmente, posso dormir. Adormeço aquecido ao calor De seu hálito rente ao ouvido: - Belos sonhos! Ela me sopra baixinho.