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Mostrando postagens de janeiro, 2010

Fortuitamente

Ainda te vejo... Não obstante, longe No alto, ascendente Contínua em minha órbita Fortuitamente... Ainda te vejo... Feito quem aguarda Consubstancialmente Guardo no imaginário Seu desenho tracejado Ainda te vejo... E quase posso tocar Nas cores e texturas As nuances de cada gesto O contorno de cada olhar Acentuado no seu rosto Em cada sorriso a ressaltar Ainda te vejo... Em cada vertígio deixado De algo tão desejado Como quem está aquém Do mesmo "algo" inalcançavel Ainda te vejo... Inoportunamente Com certo despeito Num lapso, num lampejo Ciente que nada sentes Ainda assim te desejo... Solitário é o sonho Infeliz é o sentimento Longíngua é sua imagem Que assim cabisbaixo Ainda relembro...

Um ponto de eternidade

Enquanto seu cabelo me cobrir Enquanto seu cheiro me perfumar Cada minuto será um sonho A se realizar... Enquanto você sorrir Enquanto me beijar E sorrir e beijar... Ao mesmo tempo, impensado Será teu, meu tempo, meu espaço Todo momento, em todo lugar... Você é um instante fora daqui Fora da circunfluência sem fim Um ponto que me tange Num ponto de eternidade

Urubu-rei

Numa manhã de sol e céu azul Pairava no ar uma ilustre figura O grande, feio e fedorento urubu Supremo, plainava suspenso Na larga envergadura de suas asas Soberano, brincava com vento Ensombrando a terra como podia Acima, lá fora, ele, absoluto. Abaixo, aqui dentro, nós Seres que somos "únicos" Seres que somos "especiais" Nós que temos "tudo" Mas não temos asas