A paz é um sonho itinerante Que só anda ocupada, apressada, de saída Perambulando pelas almas perdidas e errantes. Quem me dera ela ficasse mais um pouquinho!... Mas ela já foi...
Dos seus punhais afiados Faço meus broquéis improfícuos... E, assim, tu me machucas duas vezes Sempre de dois jeitos distintos Um, quando sou atingido E, de novo, quando, em vão Ao tentar revidar, enfim, percebo: -Inevitavelmente, me firo
Na angustia de meu temperamento extremista Nunca buscarei ser tudo Muito menos suportarei ser nada. Não suportarei esperar a morte Perambulando em vida Apenas posso doar de mim pra mim Um pouco a cada conquista Não posso perder o espetáculo da vida Essas figuras lendárias que são os mitos de suas próprias histórias Preciso duma dose diária dessa humanidade doentia Nela reside meu entusiasmo, minha alegria Nunca serei feliz sozinho literalmente Pois é preciso de muita gente Para que me sinta sozinho plenamente Somente assim, no fundo da minha alma Estarei sempre sentado ali Sobre a pedra filosofal Compenetrado a divagar sobre tudo Como se nada a minha volta existisse...
(...) e graças à Deus todo final de semana É sábado e domingo! E graças à Deus existe a noite após o dia! E graças à Deus, também Toda vida anoitece e é finda! Quisera Deus neste dia fatídico Finalidade e fim fossem amigos! Quisera eu neste imemorável dia Felicidade fosse sempre assídua!
Comecemos pelo principio: -Do instante se faz o presente Que transforma o porvir em mito Que vira um mero vulto irrisório Da lembrança dos tempos idos Vestígios, vertigens, miragens Deixados nas curvas do labirinto Perdidos na esquina dos devires Com a rua dos lapsos esquecidos. Comecemos pelo agora Do presente se faz o princípio.