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Sem amor e sem pecado

O que espera você de mim?
Já não quero convencer
Já não quero seduzir
Esteja convencida
Estejamos quites

Deixemos o jogo de lado
Maçante e deprimente
Nos percamos sem pecado
Num antro qualquer indiferente
Embevecidos em êxtase recíproco

Amotinados e dissidentes
Enfastiados um do outro
Abobalhados e sorridentes
Felizes pela indecência do ato
Absortos num instante de silêncio
Recordemos de onde escapamos
Libertos em nosso quarto pequeno

Parceiros de revelia
Companheiros de fuga
Nada nos devemos.
Sem nos querer
Mais do que já nos temos
Que se consuma o mundo lá fora
Enquanto nos consumamos aqui dentro

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