Abre teus olhos...Acorda! Pousa teus pés descalços no chão gelado Aterrissa na tepidez da realidade palpável E com um olhar ameno de brilho apagado Observe a inércia da parede à frente Encare e aceite tal semelhança inegável Abre teus olhos...Levanta! Suspende tua carcaça cansada Castigada pela leveza da cama Erga tuas pálpebras pesadas Até metade dos olhos apenas Metaboliza tuas vísceras viciadas Em desvirtuar idéias pequenas Não pense, seja razoável Acolha alheias razões Contemple no cotidiano Minucioso é o cálculo Perniciosas, equações Ressurja mesmo que seja tarde Ainda que a esperança se acabe Insurja controverso e desobediente Contra-costume, contra-praxe Respire! Ensaie tua sorte Expire antigos ares Inspire versos fortes Aspire às tempestades Que guiam o vento norte Esperte! Extirpa a miséria sem misericórdia Entorna, em tuas lágrimas, teu anseio Afoga a compaixão que te comporta Enxuga o choro áspero de veneno Abre teus olhos e veja! Hibe...