Pular para o conteúdo principal

Isto Posto

A quem eu quero enganar?...
O trânsito, o engarrafamento, o stress, os eventos
O fashion, a crise econômica do momento
A política, a corrupção, a falência humana
A tradição moral decrépita, fútil e decadente
A extinção preeminente da vida orgânica
As guerras e a paz aparente.
Se vai fazer sol, se vai chover. ou se vai trovejar
Os dias seguem arrastados, maçantes, iguais...

Quanto a mim, sou essa redução de estômago
Vinculado à insignificância do meu decorrer
À ridícula idiossincrasia que somente eu
Nesta vida, em todo o universo, vou desconhecer
E comigo, ao meu lado, o todo que me excede
Vai putrificar, definhar e inevitavelmente perecer
Na intransponibilidade silente de seu próprio ser

Comentários

  1. Muito bom, cara! Gosto quando poemas vão além do sentimentalismo e se colocam também como denúncia social, expondo crítica e, até, aversão a aspectos dessa sociedade onde vivemos. A arte também "serve" pra isso.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Caravana

É grande o peso que carrego? Não importa. Se tiver que levar, eu levo Se não conseguir andar, arrasto Se, de repente, cansar, eu paro Mil anos parado, aguardo... Enquanto há fôlego, há pulso Mesmo parado, prostrado Eu continuo! Grande é o peso que carrego... Se tiver terra onde errar, eu erro Se tiver pecado pra pecar, eu peco Se não puder falar, escrevo Se estiver escrito, apago Se não puder escrever, eu penso Mesmo que seja proibido Se tiver que fazer, eu faço! O peso é grande, mas eu o carrego... Carrego porque sou levado Pois algum dia, quem sabe, levanto Levanto porque sou erguido Erguido pela força de mil braços Clamor ao céu leva o suplício Mil gritos urgem atrás dos tímpanos “Continua…” Continua porque a vida não é minha Ela quem nasce, cresce e caminha Caminha porque me é alheia Força que Deus provê e determina Eu, apenas, um acidente na areia Continuo porque é minha sina Uivando, gemendo, pedindo Levado porque a natureza quer e precisa

Pequeno Notável, Programa Papo Literário, TV CEARÁ

Olá, Amigos novamente tive um poema recitado pela TV Ceará. Assistam abaixo. Abraço a todos. Pequeno Notável Só existo quando apareço aos seus olhos Breve momento gratificante que me faz Acreditar que sou algo além, algo mais Daquilo que consigo, do que me mostro Daquilo que não basta, que não satisfaz Quando sua atenção se desvia Aquele breve momento se desfaz Aquela forma morta se modifica Para algo além da vida Para algo além do mais...

Jornada do Amor Platônico

Quem pode medir distâncias Limitar o tempo Alienar o valor da vida Destruir meu bom senso? Quando penso em você Minha mente é sem precedentes Minha dimensão rompe limites E tudo mais é relativo... Quando penso em você, O longe se torna perto O vago se torna o certo O abstrato, o concreto O tempo se expande no infinito. Quando penso em você, A realidade é inconsistente O absurdo é minha razão Onde me aventuro indiferente Na veracidade da pureza da minha ilusão... E quão longe é o distante Quando penso em você? Viajar é como tudo mais Basta fechar olhos e te ver. Quando te vejo Sua beleza preenche meu vazio Sua meiquice transparece meu espírito Meus poros são os meus olhos Que reluzem intenso interno brilho. Sou luz e a meu redor ilumino. Enxergo mais longe, sou menos modesto. Pois diante de ti o mundo desaba Na simplicidade do seu complexo. Triste é a sina do meu entusiasmo Embora ainda sedento Minha peripécia acaba Onde começa meu lamento. Cans