Ainda te vejo... Não obstante, longe No alto, ascendente Contínua em minha órbita Fortuitamente... Ainda te vejo... Feito quem aguarda Consubstancialmente Guardo no imaginário Seu desenho tracejado Ainda te vejo... E quase posso tocar Nas cores e texturas As nuances de cada gesto O contorno de cada olhar Acentuado no seu rosto Em cada sorriso a ressaltar Ainda te vejo... Em cada vertígio deixado De algo tão desejado Como quem está aquém Do mesmo "algo" inalcançavel Ainda te vejo... Inoportunamente Com certo despeito Num lapso, num lampejo Ciente que nada sentes Ainda assim te desejo... Solitário é o sonho Infeliz é o sentimento Longíngua é sua imagem Que assim cabisbaixo Ainda relembro...