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Toda velocidade à frente

Sigamos em frente!
Mesmo que não saibamos aonde vamos
Mesmo que à frente haja um abismo e nele caiamos
Mesmo que ele seja tão profundo que caiamos eternamente.
Quem sabe, em meio ao desespero da queda
O medo cesse lentamente
E assim, pairando no ar de tal forma
Livres de nossos pesos
Errabundos que somos
Esqueçamos da queda, do abismo, do fundo
(Já não estaríamos caindo mais...)
Isentos dos devaneios dos pensamentos
Ao vão do silêncio, do tudo, do nada
Ao vento que, em nosso rosto, bate brandamente
Quem sabe, finalmente descubramos
Ou, pelos menos, nos rendemos e aceitamos
Essa verdade tão clara e agradável quanto iminente
Talvez seja esta mesmo nossa única forma de voar...

Mas e se o fundo não for tão profundo?
Ora! O que é a vida afinal senão um caminho rumo à morte?
E o que é a morte afinal senão uma passagem para algum lugar desconhecido
Mesmo que esse lugar seja simplesmente o nada?...
Quem sabe!... Quem saberá?...

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