Pular para o conteúdo principal

Déspota

Se me concebo aqui dentro
Nesta cápsula universal
Posso ser grande e pequeno
A partir do ponto referencial

Difícil, pra mim, é acreditar
Num espaço que se expande
Um ponto fixo, outro flutuante
E cada homem, sendo homem
Um pequeno, outro grande

Não somos nós iguais, irmão
Somos do mesmo tamanho
Entre os vícius e as virtudes
Partilhamos os mesmos erros
Distintos pela nobreza de atitude

Se fosse normal
Seria, eu, superior
Mas o que seria normal
A partir do ponto referencial?

Comentários

  1. Olá Carlinhos! Belo poema,como sempre.
    E boa pergunta.Mas será que existe alguém "nORrmAL"?(rs)
    Sei não...[rs]

    Um abração.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O Desejo da Puta

A puta observa o dinheiro deixado na penteadeira Ela fixa o olhar com certeza de que está tudo ali Mas com a desconfiança vazia de lhe faltar algo... Ela vê o conserto da goteira do seu quarto fétido Um novo vestido,maquiagem, novos lençóis e cortinas O arroz e o feijão, fralda e leite ninho para o menino Que chora ao pé da cama recém-usada, alheio ao destino “O que será? Eu contei errado?” -pensa ela Tomada por uma mágoa mórbida, ela descobre Está tudo ali: a sobrevivência de um novo dia. Faltava-lhe apenas a vontade de viver um outro dia...

Caravana

É grande o peso que carrego? Não importa. Se tiver que levar, eu levo Se não conseguir andar, arrasto Se, de repente, cansar, eu paro Mil anos parado, aguardo... Enquanto há fôlego, há pulso Mesmo parado, prostrado Eu continuo! Grande é o peso que carrego... Se tiver terra onde errar, eu erro Se tiver pecado pra pecar, eu peco Se não puder falar, escrevo Se estiver escrito, apago Se não puder escrever, eu penso Mesmo que seja proibido Se tiver que fazer, eu faço! O peso é grande, mas eu o carrego... Carrego porque sou levado Pois algum dia, quem sabe, levanto Levanto porque sou erguido Erguido pela força de mil braços Clamor ao céu leva o suplício Mil gritos urgem atrás dos tímpanos “Continua…” Continua porque a vida não é minha Ela quem nasce, cresce e caminha Caminha porque me é alheia Força que Deus provê e determina Eu, apenas, um acidente na areia Continuo porque é minha sina Uivando, gemendo, pedindo Levado porque a natureza quer e precisa ...

PAPO LITERÁRIO, TV CEARÁ

Olá, amigos recentemente tive a felicidade de ter um poema declamado na TV Ceará, programa Papo Literário. O poema chama-se "Um ponto de eternidade" do livro "Impressões". Confiram no link abaixo: Um Ponto de Eternidade Enquanto seu cabelo me cobrir Enquanto seu cheiro me perfumar Cada minuto será um sonho A se realizar... Enquanto você sorrir Enquanto me beijar E sorrir e beijar Ao mesmo tempo, impensado Será teu! Meu tempo, meu espaço Todo momento, em todo lugar... Você é um instante fora daqui Fora da circunfluência sem fim Um ponto que me tange Num ponto de eternidade... ________________________________________________________________________ Abraço a todos