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Persona Non Grata

Então aí está você!
De certo, veio me zombar
De fato estavas certa
Tenho que me conformar...

Aquilo não é para nós
Criaturas periféricas, rastejantes
Soturnas, obscuras, repugnantes
Nós que vivemos de matéria-prima
Nós que enxergamos além da noite
Atravessamos o dia a espreitar
Para que fui me aventurar?
Agora eu sei, não pertenço àquele lugar.
Enganosa vaidade que me contrariou o temperamento
Equivoquei-me à simplicidade que me é peculiar

Logo na entrada me tacharam de intruso
Acuado, andei pelos corredores da soberba
Entre os olhares alvoroçados de desdenho
Sai escorraçado, cabisbaixo, diminuto
Nem sequer pude me apresentar!

Barata, minha amiga!
Vamos comemorar...
Aqui me encontro de volta!
Chame nossas colegas
Aranhas e cobras, morcegos e lagartixas
Um brinde ao breu da escuridão e da noite!
Um brinde ao nosso lar!

Fiquemos por aqui
Comendo e bebendo pelas bordas
Rumo ao miolo! Rumo ao centro!
Enquanto a humanidade se afoga
Em seu próprio excremento!

Comentários

  1. Carlinhos, tu tinha que falar de barata no teu poema?! Não tinha outro bicho pra substituir ela?

    Jussara

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  2. Hehehe!! Foi a figura que apareceu no meu quarto na hora!! :-P

    ResponderExcluir

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